segunda-feira, 30 de maio de 2011

"dele sequer..."

agora compreendi uma porção de coisas.
agora entendi que em todas elas me faltava o que hoje me sobra.
não sei o porquê de parar pra pensar no presente, se há um futuro no meu passado.
é preciso me preocupar.
gostaria de poder descansar minhas memórias vivas, e de suportar a paz delas que eu nunca tive, para nelas eu poder me deleitar.
choro o leite derramado, porque dele sequer provei uma gota.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Que calor que você me dá.

Meio precipitado, mas corajoso.
Meio, "meio", mas veja como um todo.
E se nada o satisfizer, ainda resta eu.
Mas como eu sei que você nunca foi de restos...
Resta-me nada. Minto!
...Resta-me você, de quatro, em minhas linhas, em meus poemas.
Com elas (minhas linhas), e com eles (meus poemas), eu te sinto.

terça-feira, 1 de março de 2011

Túmulo do José.

Fui chantagiado pelo ódio, odiei. Fiquei desmemoriado, castigo, porque amei. Assustado, por fim, suspirei. Atorduado então, pelos seus gritos, fiquei. Você não podia ter me largado. Fui encontrado um tempo depois, primeiro sem fé, sempre nu, e sim, torturado. Enfim, morto e enterrado.

Violinos da despedida

Você me renuncia, e eu vejo como um ato libertário

Talvez fosse mesmo a hora de resgatar o que nos resta de dignidade, de sobriedade

Para que possamos seguir seguros, em pé, mesmo um sem o outro, mesmo sem depósitos de amor, feitos com amor, num passado nem tão longíquo assim

Você conheceu minha fragilidade, você conheceu meu íntimo, você sentiu meus lábios carnudos nos seus miúdos, meu calor, meu cheiro, meu corpo afobado, desingonçado, desmontando o seu por cima do meu, desejando ser desejado. Eu te levei ao meu particular, e nós sabíamos exatamente o que fazer quando estávamos a sós

Você leu meus versos para o seu amor, e mesmo assim quis ser meu amor. Hoje, talvez, eu não duvide tanto disso

É bom que nos distanciemos agora, para causar dores suportáveis

Eu lembro que você me acarinhava com abraços longos e íntegros, como poucas pessoas sabiam fazer, e por isso demorou para que, só agora, eu pudesse aceitar a nossa indiferença

Nossa embriaguez foi nossa heroína, nos permitiu prolongar o que havia de ser propositadamente prolongado pelo destino, que não foi muito nosso amigo, covenhamos... Foi um milagre o nosso amor. Empatia feroz. É triste não conseguirmos mais a profundidade que tínhamos. Tínhamos a nudez no olhar, com feições de ternura que esquentava nossos corações - assim como quando toma-se um chá quando muito quente -, e nos protegia do medo, que presenciou toda a nossa entrega.

Sinto que tudo foi muito intenso, fugáz, verdadeiro enquanto havia reciprocidade, e eu acho que é isso que deve permanecer em nossas considerações.

Contudo, não deu nem pra perceber quando foi o momento em que realmente nos deixamos

Não vejo o porquê lhe odiar, já conversamos sobre isso

"Nós nos amamos ainda, eu sei. A gente só não se quer mais."



Um beijo eterno, e puro, do que foi seu amigo, seu parceiro, seu.
(Bad Girl - Madonna)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aqui eu me permito ser brega.

Ah, o amor. Tão raro de percebê-lo e tão rasgante na hora que vai embora. Quando você se prepara para renunciá-lo algo acontece e você logo esquece o que lhe pertubara. Talvez não fosse tão importante. O amor sim, que é importante. Tanto o é, que perde a graça quando se vive sem ele, às vezes tenho a nítida impressão de que não se vive, quando ele ausente. Algumas pessoas tem o dom de evitá-lo como quase se ele não existice. Outras, morrem à cada dia um pouco por tanto amarem e não serem amadas. Às vezes, também, me pergunto como pode alguém não desejar carinho da fonte mais pioneira e necessária, pra que você possa sentir com todos o sentidos o que você possui e desconhece, por nunca sofrer de saudade, sofrer de solidão, até sofrer à toa. É bom. É como se você aprendesse que nenhum ser vivo vive só. Eu sei que ele é antigo e por isso tão brega de escrevê-lo, ou então, tão cafona na hora de expressá-lo. Mas fazer o quê? Todos sabemos como fazê-lo sem ninguém ter-nos ensinado. Claro, os livros, os filmes... Mas cá pra nós, todos nós que já amamos pelo menos for once, sabemos que não se compara a nossa estória com a de estranhos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Liberdade homossexual.

"- Não vou chamá-lo pra festa de família, sinto vergonha, ele é gay". (em casa); " -VIADO, - BOIOLA, - VIADINHO, - AFEMINADO, - MOCINHA". (na rua); "Um casal de homossexuais não podem se casar". (na cidadania); "- Não quero seu amigo baitola aqui dentro de casa, ouviu?" (na sociedade).

Frustrada ficará a pessoa que me chamar de gay numa tentativa pretensiosa de me ofender. Pra mim, ser gay e assumir isso é motivo de orgulho. Orgulho de poder ser como sou, e mesmo assim, manter minha dignidade e meu caráter intocáveis. Sem precisar invadir e desrespeitar a liberdade dos outros, ou de alguma forma tentar e conseguir reprimir alguém por ter escolhas diferentes, e por isso, ser diferente de mim. Orgulho sim, à dispeito de muitas pessoas que se escondem num esteriótipo bem aceito, ou então, num comportamento padronizado bem visto pela sociedade.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pele

Dois corpos nus estrelaçados. Pele por pele com toques detalhados.
Fazem a cabeça rodar, e sua vergonha se levantar.