sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pele

Dois corpos nus estrelaçados. Pele por pele com toques detalhados.
Fazem a cabeça rodar, e sua vergonha se levantar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Tom revoltado.

Viver é momentânio. É um suspiro. É frágil. Vulnerável.
Respiro agora, mais tarde, nao sei. Ouço, de leve, meu coração pulsar. Um pouco apressado, é verdade, não minto. Ele tem medo de ter que parar. Eu que tenho medo que ele descanse.
A morte revolta, fere, adoece vivos. Atormenta a mente que ainda pensa, que ainda vive. Se as lembranças, se as memórias existissem... Eu seria mais feliz? Menos infeliz?
Justiça existe? E se existir, será que ela é justa?
Eu estou fervendo, ardendo, queimando, amando... Latejando, inibindo, sentindo, chamando, chorando... Questionando, respondendo, o quê?
Aliviar, despertar, desesperar-se, encontrar-se, sentir-se, admitir-se... Coragem, impaciência, burrice e dor, é do que é feito o amor.
Viver sem amor é inteligência, ou covardia? Independe?
É uma grande inverdade quem diz ser aprendiz. Afinal a grande desculpa para os erros repetitivos é sermos humanos. Ser humano é nunca aprender, é conviver e perceber os erros que existem na programação humanística. É só o que podemos aprender. Percebê-los, nunca evitá-los.
Reflito aflito, se devo ouvir o instinto. Ou seguir a razão. Minto! Nunca sigo a razão. Não sei de onde ela vem. O instinto vem de mim, e ela? De quem é, quem criou, quem a ouviu... E se ouviu, sobreviveu? Ninguém sabe, ninguém viu.

sábado, 27 de novembro de 2010

Inimigo imprevisível.

Às vezes eu tenho medo de acreditar que eu posso morrer prematuramente. E deixar que as coisas sigam assim... Caminhando sem mim. Tenho medo de dissecar todas as minhas agonias e acabar acordando monstros, que durante anos, estiveram no esquecimento. Eu deveria me proteger mais. Permitir-me o egoísmo, como essência. Não me deixar atingir por qualquer sopro de consciência. Mas parece que eu gosto de ir além. Parece que eu admito prazer em sentir dor, apego naquilo tudo que possui sensibilidade de me tocar sem de fato me provocar. A pele queima, a aflição contrai os músculos, e a dor cessa por um curto instante, e logo volta. O ritmo presente nela cria sons, de tons "agudos" de solidão, e "graves" de depressão. Acho que viver flutuando sobre os acontecimentos limita sua capacidade de evoluir, talvez até, de ser mutável, de ser um humano diferente a cada temperatura caótica que seu corpo absorve sem a habilidade de seus rins. Ser abstenho de inconstância é como se fosse um castigo num nível de demérito. Tanto falam de equilíbrio, e eu nunca sequer soube o que é respirar calmaria. Queria poder invadir minha mente e entender o objetivo do despudorado levianismo conceitual. Meus diálogos internos carecem de estofo, parecem réplicas infinitas. Fazem-me sentir necessidade de vomitar, assim, como algo que por muito tempo ficou reprimido e quer sair pela primeira portar que encontrar. Viver faz de mim uma pessoa retórica.
Hibernei em mim. Perdi-me aqui dentro e, agora, não sei como sair.
A invisibilidade tem seu preço: Ninguém irá perceber seu pedido de socorro, quando o fizer.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Neuróses.

Eu deduzo que a lógica é o caminho. Pra onde, eu não sei, o caminho não é definido por impulsos, pelo imediato, pela dedução. Seguir é a última alternativa dos fracassados nas relações. E eu me sinto um fracassado. Tenho certeza que esse não será a soma de alguns lamentos do passado, que me assombram de vez em quando, que me pegam desprevinido quase sempre. Falar do que é triste, pra mim, se tranformou numa rotina intercalada de oscilações de raiva, de amor, de saudade, de ternura, de fracasso, de esperança, de mágoa, de palidez nas minhas emoções, de frio, de raros momentos de euforia, que acredito eu, seja o que me faz ficar de pé ainda, e às vezes de cabeça erguida. Pois nunca fui bom em esconder as coisas que me atormentam aqui dentro. Mas para externa-las eu preciso de espaço, de liberdade. Muitas vezes eu não encontro esse espaço e me frustro, e recorro à solidão que sempre está de braços abertos me esperando, e dando a sua casa como um refúgio para eu poder me aliviar de minhas derrotas salgadas e úmidas. As pessoas erradas estão sempre mais visíveis. E eu tenho pressa. Pressa de ser alguém para outro alguém. Eu sei, eu sei... É uma busca atorduada e sem fins nobres. Mas o que é significante? Nunca há tempo suficiente para nada. E se eu ficar gastanto o tempo como um insano que acredita que o sol nasce para ele, eu me transformarei em um rascunho afirmativo para sempre.

domingo, 15 de agosto de 2010

Você, o que é?

E a vida vai se arrastando, como blocos de folhas em branco a serem preenchidas. Mas nada acontece. Simplesmente nada. E o inconformismo se eleva a cada momento tedioso, no qual você se permitiu ficar. E a dor que doía, não dói mais. Você se pergunta: O que você tem agora? E você diz: Não tenho nada, nada, é o que eu tenho agora. E tudo permanece do jeito que está, porque você já não sabe como ser diferente. E eu sei que nada vai mudar. E eu sei que nada vai continuar sendo nada. E eu sei que continuarei não sabendo. E que se eu tivesse sorte, teria azar para poder culpá-lo do efeito que a causa não surte mais. E que esse tom melancólico antes trêmulo, agora, é furioso. De cara limpa, ou de cara suja, sua alma ainda é triste e transcende mesmo você não querendo, ou você sorrindo. Ou você se agoniado, ou você encarecidamente calmo. Ou só você, ou você só. A vida não te da mais, ou os mesmos motivos de atenuar sua covardia, e você fica assim, cada vez mais covarde e mais sóbrio, no seu interior, e na sua essência bamba, que samba, em notas agudas de tensão intencionadas e multifacetadas. O que te causa espanto, é o que te causa medo? O que te causa o caos te causa furor? Afinal, o que sai de bonito dentro de você, é o que causa a sua aparência feia? Você é uma incógnita, ou um interrogador qualquer? Você é definível? Você é definitivo para si próprio? Você é transgressor dos limites alheios ou dos seus próprios limites? Você, o que é?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Morra e viva de amor, e por amor.

Pranto livre Chora, desabafa seu peito, Chora, você tem o direito. Se tratando de amor, Qualquer um pode chorar. Não se envergonhe do pranto, que é Privilégio de quem sabe amar. Quem não teve amor nunca sofreu, E desconhece o que é agonia. Abra o peito e deixe o pranto livre como eu. Ah, desabafe a melancolia. (Dida / Everaldo da Viola)

sábado, 31 de julho de 2010

É só.

"Vou carregar de tudo vida afora
Marcas de amor, de luto e espora
Deixo alegria e dor ao ir embora"

Angela Ro Ro

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Hey

Why are you crying now? Explain yourself! And when you get the answer, do not cry anymore. Life does not care for you, people do not, then not even care for them too. Just live!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Perdão.

Um beijo molhado, arrepiado de ternura.
Uma chuva molhando minha pele quente de delírios.
Um telhado quente para eu me encostar, e observar a lua me observando.
Uma mão alisando meu ego ferido de um amor reprimido.
Um sonho bom, sem nuvens tempestuosas de solidão.
Uma tarde fresca com ventos esperançosos para achar seus caminhos.
Um suspiro úmido no meu ouvido torturado de amarguras.
Uma linha torta, um destino, uma aventura, um risco.
Um calor suado de desencargo de consciência.
Uma dor...
Um carinho em minha cabeça cansada de pensar. De se martirizar. De se culpar.
Uma vida...
Um defeito a ser corrigido, a ser perdido.
Uma palavra...
Um consolo que console o consolo que é ser consolado.
Uma dúvida...
Um desespero passional, ás vezes alivia, ás vezes não.
Escolhi não perdoar e não fui perdoado.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Aquário

Fazem dez décadas.
Dez décadas imerso num aquário pequeno e escuro.
Ainda asfixiando lembranças manchadas cada vez mais amareladas pelo tempo desgastado, e assim rebobinadas pela minha mente já cansada, com apego em dor repetida e desbotada.
As horas parecem se alargar.
E eu continuo a imergir...
Agora meu reflexo é negro.
Agora ceguei-me.
Agora perdi o olfato e o tato.
Agora já não escuto minha ofegante respiração.
Por fim... Desistência de minha existência.

Obtuário:...Morreu de propósito.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Inspiração Matinal.

Quando a fumaça do meu cigarro começa à brincar de dar piruetas na neblina - gelada, de cor pálida, e de gosto úmido - eu percebo que o inverno chegou.

Quando os pelos dos meus braços, pernas, quiçá de minha alma se levantam, eu sinto que o inverno chegou.

Quando meu corpo se torna fisicamente involuntário, de tremulações, que mais parecem terremotos, eu vejo que o inverno chegou.

Que seja bem vindo você, Inverno.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Solidão.

Há tempos, sinto minha falta. E com essa distância, cada vez maior, sei que uma mudança interna, é construida, pouco a pouco, sem mim. É inevitável. É inconsciente. Assim como o tempo, que é pura ilusão, uma mentira irrevogável,
uma contradição de tradições. O tempo nunca existiu. Então, eu sempre o vivi sem saber?
Ninguém lhe ensina como ser você. E isso é como uma grande linha tênue, influenciável, a cada sopro. Sendo que você, por você mesmo, é a única explicação para sua existência, a única verdade intocável. Quando você se perde de si mesmo, é uma dor infinita. É demais. É como se a alma se separasse de sua carcaça limitada, e experimentasse voar, por um breve instante, a troco de silêncio, de recolhimento, de saúde, a troco do que não é mesquinho, fazendo com que não caiba mais em seu obsoleto nicho, ao voltar. É uma dor irremediável, da qual se vira escravo. Da qual se perde o senso.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Apaixonado pela "Consciência"

- Olá, querido. Estava com saudade?
- Eu estava pensando, agora ha pouco, e me toquei que você sumiu dos meus pensamentos. Sumiu, simplesmente. Mas isso acontecia, e você logo voltava. Mas agora, foi diferente. Eu sei que foi! Você não voltou. Você se foi de vez. E eu cansei de esperar você voltar!
- Mas eu não voltei? Estou aqui, oras...
- É diferente. Você só volta quando quer. Não me escutou chamar por você? Aposto que escutou. Isso não se faz! Isso não se faz!
- Ora, querido. Por que achas que devo voltar apenas quando me chamas?
- Senti sua falta. Aliás, senti muito sua falta. Queria ter lhe contado como foi ter passado um dia sem você. (a bagunça que foi) Mas, o segundo dia chegou, e o terceiro, e o quarto, e eu já nem sabia mais como eu iria contar, ter ficado tantos dias longe de sua voz.
- O rapazinho não deveria reclamar tanto.
- Eu sei! Eu sei. Mas não suporto a idéia de ficar tanto tempo longe de sua voz. Me desculpe se fui impertinente.
- O que significa "saudade" para você?
- Significa um sentimento imaturo, acertei?
- Acertou! Mas não tente me impressionar, tampouco, adivinhar. Fale o que você sentiu, quando ficou tanto tempo longe de minha voz.
- Ah! Eu senti, como se tivessem tirado a minha voluntariedade de sentir qualquer outra coisa, além da bendita da saudade. Eu não gosto da saudade, ela aperta o meu peito, faz doer, e depois arranca as lembranças, e deixa um vazio, tão profundo, que seria impossível medir, eu sei que seria. E por isso, um desespero desesperado me toma o juízo, e me faz perder o bom-senso, e assim, fico vulnerável a sentir raiva de quem me causou tanto sofrimento. Pois, sou passional. Não lido bem com a razão. A razão se não tiver cuidado, lhe afoga em mentiras. Que são confortáveis, e fáceis de nos fazer sentir compreendidos, e então assim, acomodados. Portanto, ser imaturo, é estar em busca da evolução, sempre! E tenho dito!
- E tens dito? Tens dito o que? Não escutei, estive ocupada. Poderia repetir?
- Puff! Você não me leva a sério mesmo, não é?
- Claro que lhe levo a sério. Você, sem mim, eu não poderia nem imaginar como seria.
- Eu praticamente vivo sem você!
- Eu sei, rapazinho turrão.
- Então, não me deixe mais. Pelo menos, não por muito tempo. Sou capaz de morrer sem você!
- Não poderei aparecer sempre, apesar de você, precisar tanto de mim.
- Por que não?
- Porque não é sempre que você me quer.
- Como assim, não entendi!
- Eu faço de tudo para estar sempre com você. Às vezes, você me chama, mas nem sempre você realmente me quer.
- Sentirei sua ausência. E você? Sentirá a minha?
- Não.
- Me enganei quanto a você?
- Não, porque eu, sou você, faço parte de você. Sua consciência. Prazer, rapazinho.

domingo, 21 de março de 2010

Anyone "Qualquer um"

Anyone who can touch you
Can hurt you or heal u
Anyone who can reach you
Can love you or leave u

"Qualquer um que pode tocar em você
Pode te machucar ou te curar
Qualquer um que pode chegar até você
Pode amar você ou deixá-lo"

- Natasha Bedingfield (I bruise easily).

quarta-feira, 17 de março de 2010

Triângulo indolente

Convivi comigo mesmo durante um bom tempo, ou tempo suficiente, ou até eu descobrir que o nome disso é solidão, e que ao contrário do que eu pensava, percebi que ela não me fazia bem.
Outro dia em meio a essa inércia, eu me perguntei o porquê o "pra sempre" é o tempo que tinha que ser, e o porquê não poderia ser absolutamente "pra sempre".
É triste pensar que os amigos da nossa juventude não serão os mesmos quando nós amadurecermos. Ou, então, que se por um azarado acaso conseguíssemos manter o sofrido contato com eles, a amizade será indiscutivelmente sem sabor, e por mais que a saudade doa, quando passar por nossos olhos a lembrança do que um dia foi despreocupado, fresco, sentiremos na goela o nó, da distância que nos impusemos.
E como é amargo lidar com tudo isso, e como é autodestrutivo tentar nos resgatar individualmente, do abismo em que caímos, com pensamentos levianos, e tão assustadoramente condizentes com a nossa mediocridade humana. Porque é nela que nos sentiremos acolhidos, e tão estranhamente confortáveis, no final.
Enfim, somos previsíveis, e por isso, inevitavelmente, tristes.



Obs.:Inspiração no filme "Três formas de amar".

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

The end.

Sinceramente? Eu não sinto mais o mínimo tesão pelas coisas fáceis, e de prazeres absurdos, mas momentânios, e sem preparo emocional nenhum. Eu acho que eu cresci demais, acho que, não pertenço mais à classe prematura, à classe de baixar a cabeça pra qualquer merda. Ou, gostem, ou não gostem de mim!Cansei de me anular, e assim me doer, por dores que não são minhas. Por momentos forçados pra instintular a paz, que eu não sinto... não... não. Chega! é o bastante!
Nunca consegui manter um relacionamento sadio por muito tempo, e às vezes, até gostava disso, mas na maioria das vezes, não. Sabe por quê, não? Porque eu sempre soube que eles  morreriam antes de acabar.
Eu vou abdicar de todo o meu museu, e de todas as velharias que lá vivem, elas estão quase morrendo, e antes que eu acabe junto com elas, eu vou embora. Mas talvez eu volte, de vez em quando, pra visitar minhas nostalgias.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Insanem - me.

Eu me envolvi na teia que eu criei, então me julgue, e me condene, porque eu não aguento mais fugir. Eu estou correndo à horas, de mim mesmo. Eu não aguento ver no espelho, a miséria que me tornei. A miséria  me transformou em um rato, que rói e que corrói, cada sobra de sobras. Como dói ser isso!
Então, eu digo. Não há final para um miserável, e sim, sua loucura refletida, em sua alma, com cicatrizes abertas, prontas para mais um colápso!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Como você lê um texto, Gabriel?

Eu faço assim, como eu gosto de ler em voz alta, e num tom teatral, se o texto está bem colocado, eu consigo me emocionar, se não, eu faço um esforço, pra me envaidecer, de que, eu sei chorar, sem algo me tocar... (manias de quem acha que é um ator, sabe?)


"- Em conversa com a Bá, sobre múltiplos assuntos, haha".

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ganhe, perdendo. Não entendeu?

Eu tenho medo da eternidade. Do que fica eterno, e do que, com o tempo, a gente acaba esquecendo.
A dor, definitivamente, é o melhor contra-remédio para a dor, ao mesmo tempo que abre feridas, cicatriza-as. Sem ela, o amor próprio que há em você não floresce. E todos sabemos que o ser humano não é nada sem amor próprio, não é?
Ter classe, é muito mais do que ter respeito. É engolir sua razão em troca de saúde mental.
Então, exercite. Porque o bom-senso não vem em troca de nada.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Filosofias.

"Feliz é o que você percebe que era, muito tempo depois."


"O sujeito que me fará acreditar na imortalidade da alma ainda está para ressuscitar"


"Ancioso é o que tem medo de não conseguir fazer. Precipitado é o que tem medo do próprio medo."


LIVRO:
- Filosofia de Banheiro, Gregory Bergman, Madras.